Governo do Acre recepciona carga experimental vinda do Porto de Chancay

Uma proposta de cooperação entre a ZPE e as zonas econômicas especiais do Peru foi apresentada à direção da Cosco Shipping em julho deste ano, durante a programação do Encontro Trinacional de governos da Rota Quadrante Rondon, em Rio Branco

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), e a diretoria da Administração da Zona de Processamento de Exportação (AZPE), recepcionou nesta quarta-feira, 7, no pátio da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Senador Guiomard, a carga experimental de um container que saiu do Porto de Chancay, em Lima (PE), e chegou até o Acre.

Recepção foi feita no pátio da ZPE, em Senador Guiomard. Área está sendo reformada pela Seop. Foto: Sabrina Salomon/Seict

A viagem piloto faz parte do plano estratégico do governo do Acre de firmar uma cooperação com a empresa Cosco Shipping – que administra o terminal de alta capacidade – no sentido de transformar a ZPE em um centro de distribuição e logística para apoiar cargas oriundas da Ásia.

Uma proposta de cooperação entre a ZPE e as zonas econômicas especiais do Peru foi apresentada à direção da Cosco Shipping em julho deste ano, durante a programação do Encontro Trinacional de governos da Rota Quadrante Rondon, em Rio Branco.

A chegada da carreta foi acompanhada pelo titular da Seict, Assurbanípal Mesquita; pelo presidente da AZPE, Allan Lima; e pelo diretor de assuntos aduaneiros, Marcos de Morais. O percurso foi de 2.700 km desde Chancay até o município de Senador Guiomard.

“O Estado tem trabalhado para colocar o Acre como portal de entrada e saída dos produtos para o Brasil por meio da rota Quadrante Rondon. Esse estudo de prospecção e logística com carga simulada que acompanhamos hoje representa um avanço na proposta de parceria que apresentamos à Cosco Shipping para viabilizar a ZPE como entreposto”, afirmou Mesquita.

Governador Gladson Cameli foi convidado para participar da inauguração do Porto de Chancay, prevista para acontecer em novembro, no Peru. Foto: Secom/Arquivo

Mesquita destacou, ainda, que o governador Gladson Cameli vem fomentando diversas agendas para transformar o estado do Acre em um hub de conexão do Brasil com o Pacífico. “São ações que visam dar maior visibilidade internacional, além da atração de mais investimentos, combinando crescimento econômico e sustentabilidade ambiental”, acrescentou.

O operador de transportes da empresa Kala, John Llontop, falou sobre a rota feita desde o Porto de Chancay, localizado a 60 km de Lima, passando pelas cidades de Arequipa, Juliaca, Mazuko, Puerto Maldonado, Iñapari (no Peru), Assis Brasil, Brasileia, Xapuri, Capixaba, Senador Guiomard (no Brasil). “O objetivo é fazer um levantamento de toda a rota, tanto em quilometragem, como as viabilidades econômicas e os principais desafios até chegar à ZPE no Acre”, confirmou Llontop.

O presidente da AZPE, Allan Lima, relatou que a agenda faz parte do aperfeiçoamento do plano de integração de exportações e importações entre Brasil e Peru, tendo a estrada do Pacífico como principal rota. “É mais uma etapa nas negociações com a Cosco Shipping para garantir segurança e sucesso nas operações, envolvendo cotação de fretes, coordenação de embarques, desembaraços aduaneiros, emissão de documentos, anuência em órgãos reguladores e certificações”, garantiu Lima.

Cerca de 2.700 km foram percorridos pela carreta até chegar ao Acre, passando pelo Oceano Pacífico e a Selva Peruana. Foto: John Llontop/Cosco Shipping

A rota da viagem piloto

A escolha de Arequipa como rota se deu, segundo Llontop, pela baixa altitude (a 2300 metros). A segunda maior cidade em população do Peru estende-se numa área de oasis localizada num vale das montanhas desérticas da cordilheira dos Andes.

Trecho de Ollachea, entrada Selva Andina pela carretera do Pacífico. Percurso considerado mais difícil pelo lado peruano. Foto: John Llontop/Cosco Shipping

De Arequipa, a carreta passou por Juliaca, sudeste do Peru, capital da província de São Romão, na região de Puno, seguindo por Mazuko, depois Puerto Maldonado e Iñapari, na trifronteira. Parte do percurso é pela Seiva Peruana, na região de Ollacchea.

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