Os sistema judiciário dos Estados Unidos está realizando a execução em sequência de cinco presos condenados à morte nos estados de Carolina do Sul, Missouri, Texas, Alabama e Oklahoma, em apenas uma semana, batendo o recorde do país, segundo informações da Associated Press.
Especialistas apontam que o número é anormalmente alto e desafia a têndencia de declínio no uso e no apoio às sentenças de morte nos EUA.
A primeira execução ocorreu na sexta-feira (20/9) na Carolina do Sul, onde o preso Freddie Owens foi condenado pelo assassinato de um balconista em uma loja de conveniência em 1997. A demora na execução decorreu do atraso não intencional causado pela incapacidade de os agentes penitenciários estaduaisio obterem as drogas necessárias para injeções letais.
As duas outras execuções ocorreram nessa terça-feira (24/9) no Missouri e no Texas.
No Missouri, Marcellus Williams foi condenado à morte por injeção letal por matar a facadas uma mulher em 1998 no subúrbio de St. Louis. Após uma série de recursos negados, inclusive pela Suprema Corte dos EUA, a última tentativa foi o pedido de clemência ao governo do estado, porém o governador Mike Parson negou, abrindo caminho para que a execução prosseguisse.
No Texas, Travis Mullis foi executado por injeção letal. Ele tem longo histórico de doença mental, renunciando diversas vezes ao direito de apelar da sentença de morte por acreditar que “sua punição era adequada ao crime”. Mullis foi condenado à morte por matar o filho, de 3 meses, em janeiro de 2008.
O homem, de 38 anos, é o quarto preso condenado à morte neste ano no Texas, estado com o maior número de execuções no país.
As duas execuções programadas para esta quinta-feira (26/9) são no Alabama e em Oklahoma.
Segundo o diretor-executivo do Death Penalty Information Center (Centro de Informações de Penas de Morte), Robin Maher, com elas, os Estados Unidos atingirão 1,6 mil execuções desde que a pena de morte foi restabelecida pela Suprema Corte dos EUA, em 1976.
“Dois em um único dia é incomum, e quatro em dois dias na mesma semana também é muito incomum”, afirmou Maher.
O Alabama está se preparando para realizar a segunda execução dos EUA com gás nitrogênio, nesta quinta-feira. Alan Miller foi condenado por matar três homens durante tiroteios consecutivos no local de trabalho em 1999. A sentença foi adiada em 2022, após as autoridades não conseguirem encontrar uma linha intravenosa para injetarem o medicamento letal.
Por fim, em Oklahoma, Emmanuel Littlejohn foi condenado pela participação na morte a tiros de um dono de uma loja de conveniência em 1992. Littlejohn admite a participação no assalto, mas nega que tenha efetuado o disparo fatal.
A sentença ainda pode ser modificada caso o governador Kevin Stitt acate a recomendação de clemência do Pardon and Parole Board (Conselho de Perdão e Liberdade Condicional) do estado, que votou por 3 x 2 pela não execução.