Depois de uma breve pausa, fazendo um dos ofícios que também amo — ser assessor e cuidar de imagem, de comunicação de empresas e pessoas — esta santa coluna está de volta. E num momento oportuno: o período que sucede as eleições municipais. No Acre, três pontos chamam atenção — pelo menos aos olhos deste que vos fala.
O primeiro é a derrota do Partido dos Trabalhadores em seu berço, Xapuri. O novo prefeito é Maxsuel Maia, do Progressistas. Junto da terra de Chico Mendes, o partido do governador Gladson Cameli arrematou outras 13 prefeituras, 3 vice-prefeituras e 67 cadeiras de vereador. Gladson se agiganta, e coloca os dois pés no jogo do Senado em 2026; além de ser um importante ator na construção do nome do novo governador, ou governadora.
Em segundo lugar, um inteligente e minucioso Márcio Bittar colecionou uma série de acertos. Apostou todas as fichas na reeleição de Bocalom, levou sua influência em Brasília e seu time para os palanques de Zequinha Lima e Carlinhos do Pelado e fez movimentos grandes, pomposos, para unir a direita. Uma coleção de acertos.
E por último — e não estamos elencando por ordem de importância — está o prefeito Tião Bocalom. O Velho Boca mostrou força ao se eleger no primeiro turno contra um candidato tido, tempos atrás, como imbatível. E traz uma mensagem subliminar que só os entendedores entenderam: se elegeu com ampla vantagem no maior colégio eleitoral do Acre, sendo da ala mais radical e convicta da direita, um bolsonarista raiz.
Se o campo mais poderoso da política acreana instituísse um conselho para definir o candidato à sucessão ao governo acreano, não tenho dúvidas de que três das cadeiras seriam ocupadas pelo trio.
DOSE DUPLA — Rosana Gomes foi reeleita prefeita do Quinari com uma votação gigante, mas o assunto do final de semana foi a sopinha que tomou na casa de uma amiga, e os potes de tupperware que uma secretária da sua gestão fez andar Quinari adentro. A Rosana ganhou bem, mas foi exposta aos maiores constrangimentos destas eleições. Será que a vitória teve sabor de mel?
COMO VINHO — As notas desta santa coluna que falavam da candidatura do emedebista Marcus Alexandre — lá atrás, de que se tratava de uma candidatura frágil — envelheceram como vinho. A mesma coluna dizia, quando ninguém acreditava, da possibilidade de Gladson Cameli, em 2022, vencer no primeiro turno. Nada como um dia após o outro.
NÃO FOI A MELHOR EM NADA — Por falar em Marcus Alexandre, sua campanha não foi a melhor em nada. Marcus não se comunicou bem, não bateu bem em seus adversários, e outra coisa que foi assunto nesta santa coluna e passou das notas para a vida real: Marcus Alexandre passou de figura popular, carismática a um cara rancoroso, tal qual Mara Rocha em 2022. Não fosse a sorte de estar presente na memória de algumas pessoas, e ter polarizado com Bocalom, sua campanha poderia ter passado despercebida.
DOIS MOTIVOS — Em Xapuri, o candidato Antônio Pedro tem dois motivos para chorar. O primeiro, obviamente, foi ter a prefeitura de Xapuri escapando sob suas mãos. O segundo foi ter uma vaga na Aleac escapando no mesmo dia e hora — com a derrota de Gilberto Lira à prefeitura de Sena Madureira.
JOSÉ ADRIANO — Nesse contexto, quem está feliz tal qual um pinto no lixo é José Adriano, presidente da Fieac. Vai se tornar deputado federal com o afastamento de Gerlen Diniz, prefeito eleito.
LÍVIO VERAS — Faça-se justiça: o vice-presidente estadual Lívio Veras foi gigante nestas eleições. O braço direito de Gladson dentro do PP deu seu sangue para o partido sair grande nestas eleições.
JOÃO PAULO BITTAR — Pelas bandas do PL, quem mostrou que tem um futuro brilhante na política é João Paulo Bittar. Sua participação na campanha de Bocalom, e do PL, foi no ponto.
QUAL? — Em Bujari, o prefeito Padeirinho acordou o dia derrotado e encerrou o dia campeão nas urnas, sendo reeleito para o quarto mandato. Michel Marques passou a eleição inteira como o favorito nas intenções de votos. Qual terá sido a estratégia do Padeirinho para deixar de ser tão rejeitado em tão pouco tempo?
NÃO BRINCOU — O PP não brincou de fazer vereadores. Dos 67 Acre adentro, destaque para a performance da legenda na capital: o TOP 5 só tem progressista; e a lista fecha com Lucilene Vale, em nono lugar.
DOSSIÊ — Um candidato do interior, que perdeu a eleição de prefeito, prepara um dossiê para a polícia com todos os feitos da candidatura adversária. As denúncias vão desde compra de votos a ligações com grupos criminosos. Se o intento irá prosperar, somente o tempo e os releases da polícia irão dizer.
BATE-REBATE
– Se Marcus Alexandre se importasse menos, o PT, Lula e esquerda teriam um peso bem menor na sua popularidade (…)
– (…) Gladson, por exemplo, é alguém que fala bem de Lula. E nem por isso é odiado (…)
– (…) Mas isso é assunto para outra coluna.
– “Candidata natural ao Senado” (…)
– (…) Comentário de um leitor sobre Jéssica Sales (…)
– (…) E o Chame-Chame?
– Nas redes sociais, já se levanta o nome de Samir Bestene para o jogo da presidência da Câmara (…)
– (…) Não seria cedo? (…)
– (…) Acho que não!
– Com a Câmara totalmente reformulada e a prefeitura com vice mais político, será que as relações entre as instituições mudam?
Boa semana!