Em 15 dias, as urnas nos Estados Unidos serão fechadas, e terá início aquela que promete ser uma das mais imprevisíveis e tensas apurações da História recente do país. As pesquisas apontam para um empate, dentro da margem de erro, entre a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, com uma ligeira vantagem para o republicano. Confira os números da reta final da campanha com o Tracker, a ferramenta do GLOBO que traz as médias das últimas pesquisas nos EUA.
De olho nos números que mostram uma perda de fôlego da campanha democrata, Kamala Harris segue em uma maratona de comícios, encontros com eleitores e ataques diretos a Trump, a quem tenta caracterizar como um político exausto e como alguém “incapaz” de ocupar o cargo mais uma vez. Em uma virada um tanto quanto irônica, os comentários são similares feitos pelo próprio Trump sobre o presidente Joe Biden, pouco antes do anúncio de que desistiria de buscar a reeleição. Até agora, apontam analistas, a estratégia não se revelou bem sucedida, e Kamala ainda sofre para ganhar terreno em algumas fatias do eleitorado, como entre os homens negros e latinos, que a veem com ressalvas.
Trump, por sua vez, teve alguns motivos para sorrir com pesquisas recentes: a média elaborada pelo portal RealClearPolling o mostra em vantagem nos sete estados decisivos, mas dentro da margem de erro. Além dos eventos mais tradicionais, como os comícios, o republicano tomou caminhos pouco convencionais nessa reta final de campanha: no domingo, ele abandonou o terno e vestiu o avental em uma filial do McDonalds na Pensilvânia (na qual chegou a ouvir comentários de uma fã brasileira). A ideia era expor o que chamou de mentira de Kamala Harris, que disse ter trabalhado em uma loja da rede na juventude. Embora os atos tenham o objetivo de mostrar um Trump mais “popular”, aliados apontam que essa abordagem pode abrir espaço para ataques de Kamala, e também para o risco de deslizes mais graves acontecerem diante das câmeras.
Há um fator que ganha cada vez mais peso dentro das campanhas: o elevado número de eleitores que já votaram, o que reduz o número de votos ainda em disputa. Segundo uma base de dados elaborada pela Universidade da Flórida, 4,8 milhões de pessoas votaram pessoalmente e 10,1 milhões enviaram seus votos por correio. O ranking é liderado pela Califórnia, onde quase dois milhões de eleitores já escolheram seus candidatos — o estado, contudo, é considerado um terreno seguro para os democratas. Entre os estados pêndulo, Geórgia (1,4 milhão) e Carolina do Norte (1,03 milhão) são os mais adiantados em termos numéricos.
Para entender o momento da corrida, o GLOBO traz para você o Tracker, um agregador das pesquisas nos sete estados onde a eleição será de fato decidida — Arizona, Wisconsin, Michigan, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia — e dos números nacionais, que medem o humor do eleitorado. A ferramenta mostra a evolução da média das sondagens desde o anúncio da desistência de Joe Biden, no dia 21 de julho, e como eventos cruciais, como as Convenções Nacionais e os debates entre os candidatos à Presidência e à Vice-Presidência, pesarão na hora do voto.