Foi preso neste sábado (14), o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, também ex-vice de Jair Bolsonaro na chapa de 2022. O militar é alvo em inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva tomasse posse em 2022.
De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, a Polícia Federal diz que Braga Netto:
- Teve participação relevante nos atos criminosos, e era “a cabeça, o mentor do golpe- mas sob comando de Bolsonaro”
- Coordenou ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais (“kids pretos”)
- Entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações
- Tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Tentou controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados
- Teve ação efetiva na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
Braga Netto tentou obter dados sigilosos da delação de Cid
A Polícia Federal (PF) também identificou, segundo a CNN Brasil, que Braga Netto estaria tentando obter dados sigilosos da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Esse teria sido um dos pontos-chave para o mandado de prisão.
No fim do mês passado, Mauro Cid foi ouvido novamente pela PF. O relato de detalhes sobre a atuação de Braga Netto na suposta tentativa de golpe teria sido essencial para manter os benefícios da colaboração premiada.
A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou neste sábado. Em novembro, depois de ser indiciado, Braga Netto disse que “nunca se tratou de golpe”.