O escritor e embaixador aposentado Edgar Telles Ribeiro foi eleito, nesta quarta-feira (11), para a Cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras. Ele irá ocupar a vaga que ficou aberta em outubro, com o falecimento, aos 79 anos, do acadêmico Antonio Cicero. Favorito absoluto desde que se inscreveu para a eleição, Ribeiro fez 28 votos, superando com facilidade outros 14 candidatos. O escritor, jornalista e crítico Tom Farias (Ueliton Farias Alves) fez seis votos. Houve ainda dois votos em branco e três abstenções.
Em março, Ribeiro já havia se candidato à cadeira 9 da ABL, vencida na ocasião pela antropóloga e historiadora Lilia Katri Moritz Schwarcz. Apesar da derrota, foi bem votado (12 votos contra 24 da vencedora), o que o motivou a se candidatar mais uma vez.
Nascido em Valparaíso, no Chile, em 1944, Ribeiro tem uma trajetória entre o cinema, a literatura e a diplomacia. Iniciousua carreira como crítico de filmes no “Correio da Manhã” do Rio. Estudou cinema na Universidade da California (UCLA). Em 1970, seu filme “Vietnam, viagem no tempo” foi exibido na Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes.
Entre 1978 e 1982 foi professor decinema na UNB. Entre romances e coletâneas de contos, Ribeiro publicou 15 livros, como “O criado mudo”, “O punho e a renda”, “O impostor”, “Lavras azuis da Amazonia”.
Seu romance mais recente “Jogo de armar” (Todavia), de 2023, Seu romance”Olho de rei” (Record), que cria as memórias inventadas de um imigrante francês que vira garçom da Confeitaria Colombo e abre um bar no Rio, recebeu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras para Melhor Obra de Ficção de 2006.
Já “O punho e a renda” (Record), de 2014, que narra os bastidores das embaixadas durante a ditadura militar brasileira, conquistou o Prêmio de melhor Romance do Pen Clube em 2011. Após ingressar no Instituto Rio Branco, em 1966, Ribeiro serviu como diplomata nos Estados Unidos, Equador e Guatemala; e como embaixador na Nova Zelândia, Malásia e Tailândia.
Em Brasília, trabalhou na área cultural do Ministério das Relações Exteriores, cujo departamentochefiou entre 2002 e 2005. É autor da tese acadêmica “Diplomacia cultural, seu papel na política externa brasileira”.