A Austrália volta a abrir o calendário da Fórmula 1 no que promete ser uma das temporadas mais equilibradas da categoria antes das mudanças profundas previstas para 2026. Sem um franco favorito como nos últimos anos, espera-se uma disputa acirrada entre os pilotos da McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes a partir de sábado no circuito de Albert Park —a Band transmite o treino classificatório às 2h; a corrida será na madrugada de domingo à 1h. Há outros atrativos aos fãs da F1. Aos brasileiros, tem o retorno de um representante do país no grid após oito anos, com Gabriel Bortoleto, na Sauber. Ao mundo, o ansiado encontro entre dois ícones do automobilismo: o heptacampeão Lewis Hamilton e a escuderia italiana, a mais vitoriosa.

Pilotos temporada 2025 da F1 — Foto: Editoria de Arte
Brasil de volta ao grid
Gabriel Bortoleto, de 20 anos, terá a difícil missão de pilotar a Sauber, no retorno de um brasileiro ao grid de largada desde a aposentadoria de Felipe Massa, em 2017, quando ele se despediu na Williams.
Atual campeão da F2, o piloto paulista chega à F1 por méritos próprios, mas terá que provar seu valor na escuderia que tem o pior carro entre as 10 equipes. Sua principal referência será o experiente companheiro Nico Hulkenberg, de 37 anos. Sem contar que a escuderia já está pensando em 2026, quando será a equipe de fábrica da Audi.
O título conquistado na base também não é garantia de sucesso. Dos 31 campeões da F2 ao longo da história, apenas um venceu um campeonato na F1 — o australiano Jack Brabham, tricampeão nos anos 1950 e 1960, segundo levantamento do site Torcedores.com.
— O Brasil está entrando com o pé direito. O Gabriel é um excelente piloto, que merece essa oportunidade. Nossa bandeira está de volta ao grid — disse Felipe Massa, que acredita no potencial de Bortoleto mesmo numa equipe de menor porte. —A Sauber é a primeira experiência de muitos jovens, como eu, que depois tiveram sucesso na Fórmula1. A equipe não tem um carro competitivo, mas espero que possa evoluir. O Hulkenberg é muito rápido, mas se o Gabriel tiver um ano competitivo, vai ser muito importante para o futuro dele.
Hamilton e Ferrari
Um dos momentos mais aguardados da temporada é a primeira largada do heptacampeão Lewis Hamilton pilotando a Ferrari. Desde o anúncio da ida do heptacampeão para a equipe italiana, os torcedores vivem a expectativa de cada momento inédito: a primeira foto em Maranello, a imagem com o macacão vermelho, a primeira volta a bordo do carro, que teve um público gigantesco.
O encontro tem a dimensão do que ambos representam para o automobilismo. Hamilton chega como multicampeão, e um dos pilotos mais importantes da Fórmula 1 sob diversos aspectos, à escuderia mais amada do mundo. Mas que não vence um título de construtores desde 2008 — a última conquista de um piloto foi com Kimi Raikkonen, em 2007.
— Hamilton e Ferrari é um baita de um casamento. Eu compararia a Schumacher e Ferrari, mas já no fim da era Schumacher, quando ele já era heptacampeão mundial. O Hamilton chega com o peso de ser o recordista de vitórias, recordista de títulos junto ao Schumacher. Torço muito por ele, mas não vai ser fácil. Ao lado ele, tem o Leclerc. Piloto jovem, super motivado, veloz, que conhece a equipe, fala italiano… — afirma Luciano Burti, ex-piloto e comentarista do site ge.
Verstappen e RedBull
Atual tetracampeão mundial, Max Verstappen conquistou o último título no braço. Ano passado, a RedBull ficou para trás na segunda metade da temporada, e, pelo visto, perdeu seu posto hegemônico. Principalmente com a saída do projetista Adrian Newey, agora da Aston Martin, responsável direto pelo sucesso da escuderia austríaca.
Apesar dos revezes, o holandês ainda é considerado o piloto mais completo da atualidade.
— O próprio Verstappen já declarou que não deve brigar por vitória nessa primeira corrida. Mas acredito que sempre vão ter dias que ele vai surpreender, que vai tirar aquele extra que só ele consegue no carro da Red Bull — declarou Felipe Giaffone, comentarista da Band.
Favoritos e novatos
A segunda metade da temporada passada surpreendeu a todos com o crescimento da McLaren e da Ferrari, que deixaram a RedBull para trás — Verstappen venceu muitas corridas no braço para conquistar o quarto título seguido. Foram sete vencedores distintos ao longo de 2024.
A expectativa é que a equipe inglesa mantenha o leve favoritismo no início da temporada, sobretudo com Lando Norris, que chegou a disputar o troféu com o holandês. Por isso, entram na briga o companheiro de Norris, Oscar Piastri, Leclerc e até mesmo George Russel, agora primeiro piloto da Mercedes.
A temporada também conta com dois estreantes no grid, além de Bortoleto: Andrea Kimi Antonelli (Mercedes) e Isack Hadjar (Racing Bulls). Além de três pilotos que farão seu primeiro ano completo: Liam Lawson (RedBull), Jack Doohan (Alpine), Oliver Bearman (Haas).

Mudanças na F1 — Foto: Editoria de Arte
Mudanças
As grandes novidades do regulamento ficaram para 2026. Neste ano, a principal mudança é o fim do ponto extra de volta mais rápida, além de modificações nos ajustes das asas e no peso total do piloto. O GP de Mônaco também passará a ter dois pit stops obrigatórios.