Vereador denuncia pressão de prefeito após cobrar falta de remédios: “Sendo silenciado”

O político destaca que depois de seu posicionamento em busca de soluções, começou a ser questionado sobre sua lealdade ao gestor

Em entrevista exclusiva para o ContilNet, o vereador de Sena Madureira, Denis Araújo, afirma estar sendo pressionado a deixar a base de apoio do prefeito do município no interior do Acre, Gehlen Diniz, após abordar na câmara a falta de medicamentos na farmácia principal da cidade.

Manifestando sua indignação com o problema que afeta milhares de pessoas na localidade, o político destaca que depois de seu posicionamento em busca de soluções, começou a ser questionado sobre sua lealdade ao gestor.

Denis Araújo e o prefeito Gerlen Diniz, de Sena Madureira/Foto: Reprodução

O alerta que incomodou o prefeito, se intensificou depois do Ministério Público do Acre (MPAC) constatar a falta dos insumos necessários a saúde, em várias das farmácias do município. De acordo com Araújo, a fala ocorreu devido ao tempo em que os medicamentos estão em escassez, que passam de 5 meses, e mesmo sendo aliado de Gehlen, o pronunciamento foi unicamente pensando no bem-estar da população.

“Foi um pronunciamento nada agressivo, cobrando da melhor maneira, afinal é para isso que estamos assumindo o papel de vereador. Mas como o vídeo teve muita repercussão e a população se manifestou favorável a minha fala, acredito que o prefeito ficou insatisfeito”, afirma.

O vereador informa que recebeu uma mensagem via aplicativo do prefeito de Sena Madureira apontando que se ele continuasse a “atirar pedras”, ele deveria sair da base do grupo de apoio e seguir para a oposição. Dias depois o secretário do gestor foi até sua casa para saber sua posição.

“O prefeito queria saber como iria ficar minha situação, porque depois da minha fala, ficou arranhada a situação e ele queria saber se nas próximas eleições eu iria apoiar os candidatos que ele deve apoiar nas próximas eleições, se eu iria ficar em seu grupo ou não”, comenta.

Denis Araújo não confirma sua saída da base de Gehlen Diniz, aponta que deve conversar com seu grupo para discutir as condições, mas informa que se sente em uma “ditadura”, sem poder falar sobre os reais problemas da população de Sena Madureira, e ainda sendo pressionado sobre atualizações políticas de um pleito que ainda nem começou.

“O secretário afirmou que se eu não apoiar os candidatos para estadual e federal do ano que vem, o prefeito vai me tirar e todo o pessoal indicado que eu tenho na prefeitura. E eu perguntei se as coisas com eles aconteciam desse jeito, eu estou ainda sem acreditar. Estou decepcionado porque sempre estive ao lado dele, era do grupo dele, levei o meu pessoal, fizemos o que pudemos. Eu acho na verdade é que ele [prefeito] está querendo se livrar de mim, e para não sair que ele me tirou, está inventando tudo isso”, realçou.

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