Aberson faz carta aberta e conversa com o ContilNet sobre reportagem do Fantástico

Aberson conversou com a reportagem do ContilNet nesta segunda-feira (9)

O secretário de Educação do Acre, Aberson Carvalho, conversou com a reportagem do ContilNet nesta segunda-feira (9) sobre a repercussão da reportagem exibida no Fantástico no domingo (8), que abordou as condições precárias enfrentadas pela Escola Estadual Rural Limoeiro, localizada na zona rural de Bujari. Embora a reportagem tenha evidenciado a dura realidade da escola, Aberson defendeu a atuação da Secretaria de Educação do Estado (SEE) na busca por soluções que visam melhorar as condições de ensino e garantir o acesso à educação de qualidade para os alunos.

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Tanto o MP quanto o governo do estado se posicionaram sobre o caso/Foto: Reprodução

A Escola Estadual Rural Limoeiro atende principalmente alunos que residem nos ramais do Espinhara e da Funtac, os quais enfrentam longas distâncias para chegar à escola. A estrutura da instituição se assemelha a um casebre rural. Em entrevista, Aberson explicou que, apesar das dificuldades, a SEE tem se esforçado para atender às demandas da comunidade.

“A comunidade pediu que a nossa Secretaria pudesse disponibilizar um professor para que eles pudessem ficar na própria comunidade, tendo o contato com a educação e com a aula, enquanto a gente pudesse providenciar uma estrutura adequada na região. Assim, em 2023, nós colocamos um professor à disposição da comunidade. Ou seja, atendemos a comunidade com o professor, que, muitas vezes, é uma instituição; ele é a escola, ele é o poder público. Então, mantivemos a garantia do direito ao acesso à educação”, apontou.

O gestor ressaltou a importância de ações concretas para melhorar as condições de ensino. Aberson enfatizou que a responsabilidade é compartilhada entre a SEE e as Prefeituras dos municípios. “Dividimos a responsabilidade com a Prefeitura nos municípios, pois a educação é um esforço conjunto. Juntos, estamos buscando atender melhor as comunidades.”

Aberson em entrevista ao ContilNet/Foto: Reprodução

Aberson também destacou que muitas escolas em áreas remotas ainda não contam com energia elétrica ou água tratada.

“Hoje, no Acre, essa não é a única situação. Não estamos aqui para mentir ou enganar ninguém, porque o problema é estrutural. A população do campo ocupa território e, ao fazê-lo, avança para dentro da floresta. Com isso, as pessoas vão morar cada vez mais distantes. Essa escola, por exemplo, fica 100 quilômetros dentro do ramal. Temos escolas em determinados lugares que nem energia elétrica possuem. Essa tem, por exemplo, mas eu tenho outras escolas que não têm energia. Elas podem ter um professor, mas não têm água tratada. Porque a realidade da Amazônia é que as pessoas precisam permanecer no campo; não têm como vir para a cidade”, alertou.

Carta aberta à bancada federal do Acre

Diante dos desafios financeiros enfrentados pela educação no estado, Aberson ressaltou a necessidade urgente de apoio e investimentos. Ele mencionou que está sendo elaborada uma carta aberta à bancada federal do Acre para solicitar recursos destinados à construção e manutenção de escolas.

“Estamos fazendo uma carta aberta para a bancada, para que entendam que a educação não tem dinheiro para fazer esses investimentos, se não houver emenda parlamentar. Estamos buscando financiamento público pelo BID, mas o Estado do Acre, hoje, não tem capacidade de endividamento. Se conseguirmos melhorar nossa nota, poderíamos fazer um empréstimo para a construção. Contudo, o dinheiro corrente, do dia a dia, não é suficiente”, destacou.

A situação é alarmante e exige atenção imediata, de acordo com o secretário: “Estamos falando de algo em torno de mais de 200 milhões para resolver e dar dignidade a esses estudantes. E é difícil alcançar o sucesso, porque muitas vezes, a escola é uma estrutura de madeira, que não tem banheiro. Muitas escolas, inclusive, não possuem banheiro. Sim, é uma realidade que a gente nunca mentiu”, acrescentou.

Ele também ressaltou a importância do Acre no contexto educacional da região, afirmando que o estado tem mais escolas do que o Amazonas: “O Acre tem 630 escolas, enquanto o Amazonas possui apenas 300, o que demonstra nosso compromisso em expandir o acesso à educação”.

Escolas em construção e execução

Aberson concluiu abordando a necessidade de uma resposta estruturada para os problemas educacionais, ressaltando que a SEE está com quase 30 escolas em processo de execução.

“Estamos investindo em 52 novas escolas este ano, mas precisamos de mais apoio. Se conseguirmos que a bancada federal e estadual destine 10% de suas emendas para a educação, poderemos resolver todos os problemas estruturais das escolas indígenas e do campo. A realidade é que a educação não cria moeda nova, não faz dinheiro. Temos limitações orçamentárias. O Estado do Acre é um estado pobre. Não temos aqui royalties, não temos indústrias, e nossas riquezas se limitam às florestas”, concluiu .

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