O Acre está entre os estados brasileiros que têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no final de maio.
A situação se repete em outras 11 unidades da federação, todas localizadas nas regiões Norte e Nordeste. Os dados do Caged consideram apenas os empregos formais no setor privado, excluindo o funcionalismo público.
Segundo levantamento, em maio deste ano havia 132.564 famílias beneficiárias – contra 111.768 trabalhadores formalmente empregados. A proporção é de 1,2 beneficiários para cada emprego formal, retrato da combinação entre altas taxas de vulnerabilidade social e fragilidade do mercado de trabalho no estado.
Apesar de o mercado formal ter avançado no último ano — com a criação de 4.800 novos empregos com carteira assinada entre abril de 2024 e março de 2025 — o resultado ainda não foi suficiente para superar o volume de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em escala nacional, o cenário está em transformação. Desde janeiro de 2023, quando o presidente Lula assumiu, houve criação de mais de 4 milhões de novas vagas formais e corte de cerca de 1,1 milhão de beneficiários do Bolsa Família . Isso reflete uma reversão parcial da dependência do programa.
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No entanto, o Acre segue entre os estados com maior dependência, ao lado de regiões como Amazonas, Pará e Maranhão — todas com índices acima de 1:1 .
O Acre apresentou saldo positivo de 408 empregos formais só no primeiro trimestre de 2025. Se essa tendência se manter, aliada a estratégias de qualificação e atração de empresas, pode impulsionar o crescimento do emprego registrado.