Após concluir os interrogatórios dos principais investigados no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender a medida cautelar que impedia o contato entre os réus ligados ao chamado Núcleo 1 da investigação.
A decisão foi tomada com base no encerramento da fase de instrução processual, que incluiu o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu ex-vice na chapa de 2022, Walter Braga Netto, e de outras seis figuras centrais do suposto esquema. Com a coleta das oitivas finalizada, Moraes avaliou que a proibição de comunicação entre os envolvidos não é mais necessária.

Para ministro, com fim de depoimentos, restrição não é mais necessária/ Foto: Valter Campanato
Os depoimentos ocorreram em dois dias consecutivos e reuniram nomes de alto escalão do antigo governo, como:
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
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Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente;
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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator;
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
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Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
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Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
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Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
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Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
Com os interrogatórios finalizados — etapa crucial na ação penal — o ministro abriu agora um prazo de cinco dias para que as defesas apresentem requerimentos adicionais ou sugiram novas diligências.
O caso avança para a fase final, e a expectativa é de que o julgamento que decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados ocorra no segundo semestre deste ano. Trata-se de uma das ações mais emblemáticas ligadas às investigações sobre os atos antidemocráticos que marcaram o período pós-eleitoral de 2022.