Peritos da Polícia Federal (PF) concluíram, na madrugada desta quinta-feira (14), a varredura em busca de possíveis novos explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde o catarinense Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu após uma explosão em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal praticamente já descartou a possibilidade de o explosivo ter sido detonado por acidente. Há indícios de que o homem se imolou propositadamente, com um explosivo preso ao corpo e o detonou na região da cabeça, na nuca.
A PF instaurou inquérito para apurar as duas explosões que ocorreram em frente ao (STF), em Brasília, na noite desta quarta-feira (13), cujo prédio parecia ser o alvo do homem, segundo postagens que ele fez em suas redes sociais, Em fotografia tirada em data ainda não definida, o homem aparece no plenário do STF com a inscrição: “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Na foto, ele aparece rindo.
Seguranças e deputado disseram que, horas antes das xplosões, o homem foi visto circulando nas dependência da Câmara, principalmente no chamado Anexo IV, um prédio onde estão instalados a maioria dos gabinetes dos 513 deputados federais.
Ele costumava visitar pelo menos um desses gabinetes, o do deputado Jorge Goeltterem (Reouvkicano-AC), conterrâneo de Wanderlei na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, que o conhecia desde a adolescência. O deputado disse que Waderlei era um homem de boa família e que no passado chegou a ser empresário de sucesso, mas, depois de um divorcio, ele teria tido problemas mentais, quando deixou Santa Catarina e passou a morar numa cidade satélite de Brasília, no Distrito Federal.
No inquérito aberto pela PF, o caso vai ser investigado como ato de terrorismo. “O que justifica o inquérito para apurar o ataque terrorista é justamente o cunho político desse ato. Já concluímos a varredura por parte da PF no local onde houve a explosão”, disse Andrei Rorigues, diretor-geral da Polícia Federal em coletiva de imprensa após a conclusão da varredura na Praça dos Três Poderes.
O Brasil tem uma lei antiterrorismo, em vigor desde 2016, a qual define como ato de terrorismo “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”.