A CPI proposta pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) para apurar os atos golpistas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, e que traz a assinatura do senador acreano Sérgio Petecão (PSD), não deve avançar ou sair do papel. É o que afirma em publicação neste domingo (19), o o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles, do Distrito Federal, ao revelar que os articuladores da comissão não conseguiram coletar assinaturas após 1º de fevereiro, quando teve início a nova legislatura.
O caso, no entanto, está judicializado: a autora do requerimento foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte obrigue o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a instalara CPI com as assinaturas de que dispõe. O relator será ministro Gilmar Mendes.
O requerimento foi entregue por Soraya Thronicke com 38 assinaturas, o que inclui nomes de senadores que não estão mais no mandato e de outros que desistiram do apoio. Aliados de Rodrigo Pacheco dizem que ele só aceitará ler o requerimento se houver uma nova coleta de assinaturas. Como o governo Lula fez pressão para que a CPI não vá adiante, a iniciativa não encontra respaldo entre os parlamentares.
O entendimento é que, mesmo se a CPI for liderada por aliados no Congresso, ela vai acabar desgastando a imagem do governo Lula, com convocações de ministros e militares, e servirá como palanque para a oposição. Parlamentares alinhados ao governo têm se justificado dizendo que apoiaram a CPI no calor do momento, mas que, hoje, as investigações em andamento na Polícia Federal e no próprio governo são suficientes para resolver a questão.
Sem o respaldo de Pacheco, a oposição agora se articula para tentar pedir uma CPMI, uma comissão mista com deputados e senadores. A ideia é que a bancada de 99 deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro, ajude na empreitada na Câmara dos Deputados.