Os funcionários da U:verse – antiga FAAO – entraram em contato com o ContilNet para denunciar a situação precária de uma das maiores instituições de ensino superior do Acre. Diversos colaboradores foram demitidos recentemente e eles definem a condição de trabalho como “insalubre”.
Atraso nos salários, não depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), falta de ticket alimentação, sem água tratada e situação de assédio moral foram apenas algumas das questões pontuadas pelos servidores que preferiram não se identificar.
“A faculdade (U:verse) parou de pagar o nosso ticket alimentação, de todos os colaboradores, parou de vez. Hoje já tá com 11 meses que a faculdade não cumpre com o pagamento do tipo de refeição. E reduziu o vale de transporte”, explicou a fonte anônima.
Ainda conforme relatos da denúncia, os funcionários da instituição estão há mais de 60 dias sem receber o salário, e qualquer tipo de cobrança que é feita tem como consequência a demissão. “E é na base do grito, da mãozada na mesa”, salienta a fonte a respeito do comportamento do reitor Luiz Antônio Corrêa com os funcionários. Além disso, diz ainda que são tratados de forma injusta. “Os colaboradores ativos que estão reclamando, ele (o reitor) está demitindo. Mês passado foram 23 demitidos. Então, pessoas com muitos anos de casa estão sendo demitidas só pelo fato de cobrar o que é de direito. Ninguém tá cobrando nada além do que é de direito”, evidencia a fonte.
“Em setembro de 2022, a faculdade parou de depositar o FGTS e INSS. Ela descontou na folha de cada servidor, mas não repassou à Caixa. Qual o problema disso? Ela está demitindo em excesso e não é possível dar entrada no seguro-desemprego e retirar o FGTS porque não tem depósito”, expõe a fonte anônima.
Segundo as informações repassadas, eles só possuem água mineral quando o reitor Luiz Antônio visita as instalações, e nos demais dias tanto os funcionários quantos os alunos tomam água da torneira. A última dedetização especializada teria sido feita no ano de 2019. A fonte disse estar preocupada com a exposição a parasitas. Também foi detectado a presença de roedores e falta de higiene nas acomodações, inclusive em banheiros, que impactam também os alunos.
“A gente está numa condição insalubre e perigosa, por conta da contaminação de parasitas e diversos outros tipos de contaminações. Inclusive, pela alta quantidade de fungos nos ar condicionados dos setores. Isso está preocupando muita gente”, frisou a fonte.
Ademais, para compor o quadro de instabilidade da entidade, o denunciante também conta que sofrem com assédio moral. Uma pessoa que seria o braço direito do reitor, teria a função de monitorar e vigiar constantemente os funcionários, que neste momento sentem seus cargos ameaçados.
Para a fonte anônima, a conjuntura gera transtornos para os alunos da U:verse, já que tem que utilizar as instalações que não estão sendo limpas e cuidadas como deveriam, e ainda passam pela insegurança que os rumores recentes do fechamento da universidade têm ocasionado, sem que haja nenhum tipo de comunicação oficial sobre isso, mesmo internamente.
Denúncias já foram feitas ao Ministério Público do Trabalho (MTP), que arquivou o caso pois não entendeu a situação como algo que impacta o coletivo. Também foram feitas reclamações à Receita Federal, mas até agora não houve nenhum retorno por parte destas organizações.
De acordo com o denunciante, o cenário é o mesmo para todos os setores, professores, coordenadores de curso, equipe de limpeza, administração, e até os que já foram demitidos e se sentem lesionados. Todos pedem por um posicionamento da empresa. “A gente não está tendo essa garantia trabalhista, as condições da instituição para que a gente possa cumprir o nosso o nosso trabalho, é só isso que queremos”, finaliza a fonte.
A equipe do ContilNet tentou entrar em contato com a U:verse, porém, nos foi informado que a instituição não tem representação legal no estado do Acre e, portanto, não poderia apresentar um posicionamento. A U:verse segue sem uma pró-reitoria em Rio Branco, pelo que foi anunciado.