Quando se ouve falar em AVC, a abreviação para Acidente Vascular Cerebral, logo se imagina um adulto, provavelmente com características de risco: sedentário, que se alimenta mal, talvez obeso e quem sabe fumante. Mas você sabia que isso acontece também com crianças?
Aproveitamos o Dia Mundial do Combate ao AVC, celebrado nesta quinta, 29 de outubro, para alertar pais e mães sobre a possibilidade da ocorrência do derrame na infância e como as causas e os sintomas são diferentes da versão que acomete os adultos.
“A frequência é infinitamente menor do que a ocorre com os adultos. Enquanto entre os mais velhos a taxa é de 4 ou 5% da população, entre as crianças, é de 0,1% ou 0,2% da população infantil”, alerta Osmar Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina. Para ele, como é um acontecimento raro, a dificuldade de obter um diagnóstico é maior.
Por que acontece em crianças?
As causas do AVC em crianças são diferentes das razões pelas quais ele acontece em adultos. “Em geral, o derrame está associado a alguma outra condição, que pode ser uma má formação nas artérias, anemia falciforme, hemofilia ou alguma deficiência no sistema imunológico”, explica Moraes.
Como reconhecer o AVC em crianças
Uma das melhores formas de salvar a vida de uma criança com AVC é prestar socorro rápido, procurando atendimento especializado em um pronto-socorro infantil. Mas como saber se é o caso de correr para o hospital? “Os sintomas em crianças são muito nítidos. Os pais, certamente, saberão que se trata de algo grave. O mais comum é um déficit motor, quando a criança para de mexer um lado do corpo, para de andar, enrola a língua, para de falar. E, na criança, diferente do adulto, em que tudo acontece gradativamente, tudo acontece muito rápido”, diz o neurocirurgião.
Ao desconfiar de que uma criança está sofrendo um derrame, o melhor, além de chegar a um serviço de emergência o quanto antes, é tentar verificar se as vias aéreas estão desobstruídas. A língua enrolada pode ser a causa disso, por exemplo. “Também ajuda tentar manter a cabeça da criança elevada, para facilitar a drenagem do sangue. As outras ações precisam de treinamento e devem ser feitas por uma equipe especializada”, orienta Osmar.
Fatores de risco
Se a criança possui anemia falciforme, hemofilia ou alguma má formação relacionada aos vasos sanguíneos, é bom ficar alerta. “Infelizmente, ela será uma candidata mais forte a sofrer o AVC”, diz o médico. De acordo com ele, também é recomendado manter hábitos saudáveis, como cuidar da alimentação, do peso e estimular a prática de exercícios físicos, principalmente se houver algum histórico na família.