RIO — Depois de um show no estádio Candlestick Park, em São Francisco (EUA), em 1964, os Beatles decidiram que iriam deixar de se apresentar e fazer turnês. A escolha pode ter tido muitos motivos e deixado fãs desolados, mas para Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, eles não eram tão bons tocando ao vivo.
“Musicalmente, os Beatles tinham um som adorável e ótimas canções. Mas ao vivo? Eles nunca chegaram lá”, opinou o músico em entrevista à “Radio Times” para divulgar o documentário da BBC2 “Keith Richards: A origem da espécie” (tradução livre), que fala sobre a sua infância.
Richards disse ainda que apreciava a amizade com os Beatles, mas que os “excomungou” quando o grupo inglês passou a seguir o guru espiritual Maharishi Mahesh Yogi, que conheceram na Índia em 1967.
“Ele era a porra de um enganador. Mas você tem que pensar, o que ser os Beatles fez aos Beatles? Eles queriam outra pessoa para tirá-los dali. Eles não queriam mais ser Deus, então eles se ligaram ao Maharishi”.
Anunciando o fim das turnês dos Beatles, John Lennon e George Harrinson explicaram à imprensa que não era mais divertido fazê-lo, e que o som amplificado para grande público era muito ruim. Outra razão seria o barulho dos fãs, que prevalecia sobre o dos instrumentos. Em 1969, no entanto, eles fizeram um último show ao vivo no telhado da empresa Apple Corps, em Londres.
O documentário será o principal produto do programa “My Generation”, que traça a história da música ao longo das décadas. O filme é dirigido por Julian Temple, que já rodou as cinebiografias de Joe Strummer, do The Clash, e da banda Sex Pistols.