25 de abril de 2024

Rodrigo Pinto reafirma que pai foi assassinado por alguém de sua confiança que integrava sua comitiva

O então governador Edmundo Pinto, assassinado num quarto de hotel de luxo, em São Paulo, na madrugada do dia 17 de maio de 1992, foi morto por uma pessoa de sua confiança, provavelmente um membro da comitiva que o acompanhava.

A confiança na pessoa que iria se tornar seu algoz era tamanha, que que fora o próprio governador que abrira seu apartamento após visualizar o rosto de seu futuro assassino pelo olho mágico da porta.

Edmundo Pinto/Foto: reprodução

As novas revelações sobre o assassinato do governante acreano foram feitas, na véspera de o crime completar 27 anos, por um dos filhos de Edmundo, o ex-vereador por Rio Branco, Rodrigo Pinto. Vivendo atualmente do outro lado do mundo, em Dubai, nos Emirados Árabes, ele está em campanha para que o caso seja reaberto e que sejam realizadas novas investigações. Ele concedeu entrevista ao ContilNet.

Rodrigo Pinto é ex vereador?Foto: reprodução

O ex-vereador está disposto a voltar ao Brasil para procurar o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, para pedir a reabertura do caso porque nem ele e nem o restante da família acreditam na versão da polícia paulista, que investigou o caso, segundo a qual o governador fora vítima de crime comum, o latrocínio, como é juridicamente chamado o assalto seguido de morte.

Ainda de acordo com esta versão, Edmundo dera o azar de estar na hora e no local errado e teria sido morto por bandidos pés-de-chinelo, como são chamados os criminosos comuns, que teriam tido acesso à suíte do governador, cuja identidade e função eles desconheciam, graças à cumplicidade de um funcionário do hotel que lhes proporcionou a cessão da chave da porta.

Edmundo Pinto toma posse como governador do Acre, ao lado da familia, Rodrigo Pinto é o do meio.

“Meu pai foi vítima de um crime político”, insiste o ex-vereador, que a época do crime ainda era criança – assim como os irmãos Pedro e Nuana. Naquela que seria sua última noite com vida, Edmundo Pinto teria jantado num restaurante localizado nas imediações do Hotel Della Volpi Gardem, na Rua Augusta, Centro de São Paulo.  Após o jantar, o governador e os assessores Luis Carlos Piestchman, então chefe da Casa Civil, e o tenente-coronel da PM do Acre, Marcos Wuisman, ajudante-de-ordens do governador, foram a um cinema localizado nas proximidades. Viram ao filme “O Cabo do Medo”, protagonizado pelo ator Robert de Niro no papel de um maníaco sexual que sai da prisão para um acerto de contas com o advogado que não o defendera corretamente e assim permitiu que o condenado sofresse toda a sorte dos castigos comuns das cadeias os acusados de crimes sexuais.

Naquela viagem, faziam parte da comitiva do governador, além de Piestchman e Wisman, o então deputado estadual Ilson Ribeiro, os engenheiros Gilson Mascarenhas e Wandervan Rodrigues, este último então presidente da Companhia de Habitação do Acre (Cohab-Ac) e que seria assassinado, em 1995, já no Governo de Orleir Cameli, em sua casa, no Conjunto Ipê, de forma misteriosa.

O que o (ou os) assassino (s) não sabia (m) era que o engenheiro, então com 34 anos, havia deixado um diário revelando que estava marcado para morrer por conta de sua participação na confecção do edital da concorrência pública, vencida pela Construtora Norberto Odebtecht, para a construção do chamado “Canal da Maternidade”, então um esgoto a céu aberto de 12 quilômetros no Centro de Rio Branco, pela nada desprezível quantia de US$ 110 milhões, recursos garimpados em Brasilia pelo imberbe Luis Carlos Piestchman, o braço direito do governador, do alto de seus 27 anos de idade e com apenas cinco vivendo no Acre, vindo do Paraná, como empregado do não menos polêmico Zamir Teixeira, uma mistura de politico e empresário megalomaníaco que quase se elegeu senador da República pelo estado, nas eleições de 1986. A caligrafia do engenheiro, submetida à exames por especialista após sua morte, foi apontada como autêntica. Além do diário, Vandervan quitou o financiamento do imóvel em que vivia com a família e majorou o próprio seguro de vida em mais de mil por cento. Cinco dias após o seguro passar a valer, foi morto com quatro tiros.

Logo após a morte de Edmundo Pinto, o nome de Piestchman foi citado como pessoa interessada na eliminação do governador. Chorando copiosamente em função da morte do amigo, negou qualquer envolvimento e desapareceu do Acre. Só reapareceu em 2010 em Brasilia, ao ser eleito deputado federal pelo MDB do Distrito Federal. Chegou a ser candidato a governador do DF nas eleições seguintes, mas perdeu e atualmente está sem mandato – a despeito de ser, apesar da origem simples com a qual chegou ao Acre, um dos homens mais ricos do Planalto Central.

Rodrigo Pinto não cita o empresário como suspeito da morte de seu pai e lembrou que Piestchman foi uma das pessoas que acreditaram na eleição de Edmundo Pinto “quando ninguém dava por ele”.  Pinto também lembrou que, entre os absurdos que se seguiram à morte de Edmundo, o nome de sua mãe, dona Fátima Almeida, então primeira-dama, também foi citado como pessoa interessada  na morte do marido.

Na época, até mesmo a esposa foi apontada como interessada na morte de Edmundo?Foto: reprodução

O ex-vereador disse que quer por um ponto final nesta história de sofrimento de sua família, descobrindo a identidade do real assassino. Em Dubai, o ex-vereador é professor de artes marciais e presta serviço para as forças armadas do pais. “Estou fora da política. Minha última atividade nessa área será descobrir quem de fato entrou naquele quarto, naquela madrugada”, disse

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