No início de fevereiro, a desclassificação de Carla Cristina, eleita Miss Acre CNB 2023, para a etapa nacional do Concurso Nacional de Beleza (CNB), gerou intensa repercussão não apenas na mídia nacional, mas também no cenário político. A jovem de 20 anos teve sua participação vetada unicamente por ser mãe, levantando críticas sobre a persistência de estereótipos nas competições de beleza.
De acordo com o site A Gazeta do Acre, a deputada federal pelo Rio de Janeiro, Talíria Petrone (PSol), uma voz conhecida no movimento feminista, expressou seu repúdio à decisão da CNB. “É uma piada pronta que esses eventos que reforçam os estereótipos ainda tenham pensamentos e regras tão retrógradas. Meu repúdio a essa ação da CNB e espero que possam repará-la”, declarou a parlamentar, manifestando solidariedade à Miss Acre.
O caso ganhou amplo destaque nos principais veículos de comunicação do país, incluindo G1, O Antagonista, CNN Brasil, O Tempo, Diário do Nordeste, Terra, Rádio Itatiaia, O Globo, UOL e Metrópoles. A polêmica se concentra nas alegações de Carla de que informou sua condição de mãe à organização do concurso, obtendo, segundo ela, a aprovação para competir. No entanto, após desembolsar R$ 5 mil para quitar a inscrição, a candidata foi surpreendida com a retirada de seu título.
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Natural de Cruzeiro do Sul, no interior do estado, Carla Cristina afirmou ter enfrentado dificuldades financeiras para participar do concurso, chegando a vender suas roupas e comida para cobrir os custos. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, ela denunciou a atitude da CNB, acusando a organização de agir de maneira contraditória às normas que regem o evento desde 1951.
A resposta da CNB, que justificou a desclassificação com base em regras estabelecidas há décadas, levanta questionamentos sobre a necessidade de revisão e modernização desses critérios, diante da evolução das perspectivas sociais e da luta por igualdade de gênero. O episódio ressalta a importância do debate sobre os padrões impostos em concursos de beleza e reacende a discussão sobre a inclusão de mães na competição, evidenciando a necessidade de uma reflexão mais ampla sobre a representatividade e diversidade nesses eventos.
Veja o pronunciamento na íntegra: