Câmara aprova bolsonarista para presidir Comissão de Educação, mas deputada do Acre era o nome ideal

Socorro Neri já foi primeira vice-presidente da Comissão logo no primeiro ano de mandato

A Câmara dos Deputados começou a definir as presidências das comissões permanentes da Casa nesta semana. Em um dos erros mais grotescos, os deputados aprovaram o nome de Nikolas Ferreira (PL/MG), aquele que chamou a polícia para uma professora ‘feminista’ na Universidade, para presidir a Comissão de Educação. O parlamentar bolsonarista carrega alguns ataques à classe escolar e vai comandar o grupo mais importante para a Educação Brasileira. Ele, inclusive, é o autor do PL que quer vetar a linguagem não binária nas escolas e pediu investigação contra uma instituição que levou os alunos ao MST. Ou seja, Nikolas na presidência é um total retrocesso.

Oposição coerente

A indicação do nome de Nikolas para o cargo causou um debate intenso na Casa. A deputada Samia Bonfim (PSOL/SP) acertou ao lembrar que o deputado bolsonarista não tem condições de assumir a presidência da Comissão.

“Ele é réu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais em função de um vídeo que gravou de uma estudante de 14 anos que estava utilizando o banheiro”, falou a deputada ao citar uma das atrocidades cometidas por ele.

Veremos!

Diferente do que vinha fazendo, Nikolas adotou um discurso mais equilibrado e disse que vai manter o diálogo na Comissão. Veremos!

“Quero deixar aqui bem claro que nós vamos fazer uma comissão bastante plural no sentido de debate de ideias, com audiências públicas para ter também a presença da sociedade civil, que eu acredito ser muito importante”, disse.

A deputada da Educação

Um nome ideal para assumir a presidência da Comissão de Educação na Câmara é a deputada do Acre, Socorro Neri. Professora por toda a vida, ela já foi pró-reitora da Universidade Federal do Acre e faz parte da Frente Parlamentar da Educação. Além disso, a ex-prefeita também é Vice-presidente da Frente Parlamentar pela Inclusão e Qualidade na Educação Particular (FPeduQ). Ela também já tinha ocupado uma cadeira na Comissão, como vice- presidente.

Socorro Neri, deputada do Acre, à esquerda, e Nikolas Ferreira, à direita/Foto: Reprodução

Já tem uma história

Socorro já vem defendendo pautas importantes para a Educação na Câmara e merecia a presidência. Entre as propostas defendidas pelo deputado está o PLP 235/2019, que institui o Sistema Nacional de Educação, em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE). Neri também é uma das defensoras do projeto que prevê a igualdade de carga horária na grade curricular dos estudantes do ensino médio.

Está bom ou quer mais?

Para fechar, vou deixar aqui o currículo de Socorro Neri que comprova que ela seria o nome mais adequado para ocupar a cadeira da Presidência:

Além de ser doutora em Educação, Neri é Coordenadora da Comissão de Desenvolvimento e Valorização do Professor da Frente Parlamentar Mista da Educação, Coordenadora de Educação no Campo da Frente Parlamentar dos Institutos Federais, membro titular da Subcomissão Especial e titular do Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados sobre a Política de Combate á Violência nas Escolas Brasileiras e ainda titular da Subcomissão Especial da Comissão de Educação; Recomposição de Aprendizagem no Pós-pandemia.

Só um lembrete

Neri apoiou o pedido de cassação de Nikolas Ferreira por conta do episódio transfóbico do deputado bolsonarista contra a deputada de Minas Gerais, Duda Salabert.

Sem protagonismo

Nenhum deputado do Acre deve ser escolhido para presidir uma comissão da Câmara neste ano. Isso quer dizer que a nossa bancada federal precisa ser mais articulada ou será engolida a nível nacional. Perdeu protagonismo.

Não é só Bocalom

Tem mais prefeito do Acre pousando no PL de Bolsonaro. Além de Tião Bocalom, o prefeito Sérgio Lopes, de Epitaciolândia, deixou o PSD e escolheu o PL para disputar a reeleição. Dizem que outros também devem fazer o mesmo.

Um nome forte

Alguns novatos já se articulam para disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores de Rio Branco neste ano. Um deles é o diretor da Secretaria de Estado de Saúde, José Augusto Aiache, braço-direito do secretário Pedro Pascoal. Não há nada oficializado. Mas ele já desponta como um dos favoritos.

Veterano a postos

Por outro lado, há veteranos que querem voltar ao protagonismo político. É o caso do ex-deputado Neném Almeida. Derrotado nas eleições de 2022, ele vai disputar uma cadeira na Câmara. Nesta semana, inclusive, ele se reuniu com representantes do Banco do Brasil. Neném já foi presidente do Sindicato dos Bancários do Acre. Já está em pré-campanha.

Vai ter que sair

O ex-deputado deve sacramentar a ida para o MDB nas próximas semanas. Um dos principais articuladores da candidatura de Marcus Alexandre, Neném faz parte do Podemos, partido de Ney Amorim, que já declarou apoio a candidatura de Alysson Bestene. Ou seja,

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