O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), assina, na manhã deste sábado (8), a ordem de serviços para as obras do novo Mercado Elias Mansour, situado no bairro Cadeia Velha, às margens do Rio Acre, no Centro da capital. A obra está orçada em quase R$ 29 milhões, obtidos com recursos próprios da Prefeitura em contrapartida do Programa Calha Norte, do Governo Federal.
Os recursos federais foram obtidos através de emendas de autoria do senador Marcio Bittar (União Brasil), na ordem de R$ 20 milhões, mais R$ 5 mil de emendas da ex-deputada federal Mara Rocha (MDB-AC) e o restante da Prefeitura, na gestão de Bocalom. O Mercado Elias Mansour um dos mais tradicionais locais de comércio popular de gêneros alimentícios da cidade, cuja estrutura básica data dos anos de 1980, quando foi inaugurado no local pelo então prefeito-interventor de Rio Branco Fernando Inácio dos Santos, com o nome de “Mercado da Cadeia Velha”.
Na administração do então prefeito Jorge Viana, de 1992 a 1996, passou por reforma e foi reinaugurado com o nome de Feira Coberta “Elias Mansour”, homenagem a um politico membro da família do político petista que se tornaria governador por dois mandatos e senador pelo Acre no anos seguintes.
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Mansour era um educador que foi líder estudantil no Rio de Janeiro quando eclodiu a Revolução de 1964, o regime militar que ficaria no poder por 21 anos e que foi acusado de perseguir, prender e torturar brasileiros que se opunham aos militares. O líder estudantil Elias Mansour, embora sua família fosse ligada aos partidos que apoiaram a ditadura militar, divergiu do regime em alguns momentos e passou a ser observado de perto pelos militares.
Seus familiares, cujos membros eram comerciantes donos de propriedades, portadores de influência e muitos recursos, preferiram tirá-lo do Rio e trazê-lo de volta ao Acre. De volta ao Estado de origem, o jovem Elias Mansour continuou sua carreira de educador e ativista social, função na qual se tornou, ao lado do bispo Dom Giocondo Maria Grotti, falecido em 1971 num acidente aéreo, em Sena Madureira, o Juvetus Futebol Clube, muitas vezes campeão estadual e regional. Mansour se tornaria depois muito influente no Acre, quando, em 1978, assumiu a chefia da Casa Civil do governo biônico de Joaquim Macedo, indicado pela ditadura, no período de 1978 a 1982. Macedo era seu cunhado e tio dos irmãos Vianas, Jorge e Tião, este último também ex-senador e ex-governador do Acre. Mansur faleceu em 1985, quando exercia presidência da extinta empresa de telecomunicações do Acre, a Teleacre.
Para a reforma, os feirantes que trabalham na mercado foram retirados do local e estão trabalhando nas adjacências, no que era um estacionamento de um supermercado e ali deverão permanecer por pelo menos um ano, o tempo de duração da obra, estima o prefeito Tião Bocalom.
O secretário municipal de infraestrutura e mobilidade urbana, Antônio Cid Ferreira, diz que a obra poderá terminar antes de um ano. “Tentaremos fazer em menos tempo, porque usaremos técnicas mais modernas,” diz.
De acordo com Cid, o novo mercado será construído com estruturas metálicas e deverá contar com dois elevadores, esteira rolante, estacionamento no subsolo e vai funcionar como uma espécie de “mercado e shopping”.
“Todos os feirantes e comerciantes dali serão contemplados. Já houve uma reunião com eles, já conversamos, oferecemos um local para que eles fossem abrigados e eles preferiram permanecer ali em torno da Rua Amazonas.
O secretário lembrou que o local é importante para o turismo na capital. “O mercado tem um atrativo muito bom: o turismo. A visita que se faz a uma cidade, geralmente, temos a curiosidade de conhecer a culinária, as minúcias da cidade, vai a um mercado, então aquele mercado é ideal pra isso”, diz ele.
O secretário garantiu que toda área no entorno deve receber reparos. “Também serão feitos alguns benefícios em toda aquela região. Na [rua] Benjamin Constant, ali por trás do calçadão, na [rua] Epaminondas Jácome, isso tudo é uma coisa que está em preparação, mas com disponibilidade já de aprovação de verba”, comentou Cid.