19 de junho de 2024

Pimenta no Reino: para Petecão, COP 27 focou mais no discurso e menos na prática

Sai COP, entra Copa 

Antes da Copa do Catar, só se falava na COP do Egito. A 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, terminou na última sexta (18) e teve alguns acreanos por lá. Um deles, o senador Sérgio Petecão (PSD), falou com exclusividade para a coluna sobre suas impressões sobre o evento. 

Convite 

O senador acreano contou que foi até o Egito a convite da UIP. “Eu fui para a COP pela UIP, União Interparlamentar. Essa é uma entidade que aglutina os parlamentares do mundo todo. Então fui eu e mais duas senadoras e alguns deputados federais. Foi um encontro bastante interessante porque, na verdade, o nosso debate é com o parlamento, entendeu? E nós tiramos um documento desse debate, dessa discussão, na mesma linha que a COP também discute, que é preservação do meio ambiente”, disse à coluna. 

Compensação 

De acordo com o senador, o grande debate que os países em desenvolvimento, assim como o Brasil, levaram para a Conferência foi o da compensação. “O que é que os países como o Brasil ganham, que luta muito para preservar a Amazônia, qual é a nossa contrapartida? Esse foi o debate que eu levantei, e dei o exemplo no meu estado, que nós temos regiões isoladas em que os povos indígenas vivem em situação muito difícil e os outros povos que também habitam essa região vivem igualmente em situação difícil”, contou. 

Solução 

A solução apontada por Petecão é o investimento dos países ricos aos pobres. Uma espécie de transferência de renda. Mas ele diz que não bota muita fé que isso aconteça. “Seria interessante que os países ricos, que têm interesse na preservação da Amazônia, pudessem dar essa contrapartida. Mas dar de fato, né? Porque esses acordos já foram firmados lá na primeira COP, a do Rio de Janeiro, mas na prática mesmo na prática não tem saído nada, entendeu? Na África, por exemplo, muitos países têm problemas iguais aos nossos, que são as queimadas, as enchentes, e é preciso que esses países ricos possam, quando ocorrerem essas catástrofes, possam não tá ajudando”. 

Muito discurso, pouca ação 

Para o senador, houve mais discurso do que ação no encontro. “Eu, pessoalmente, vejo que tem muito discurso, muita gente querendo aparecer, mas de concreto mesmo é difícil ir pra frente. Até porque o mundo está mergulhado numa crise, né? Como é que o cara vai tirar dinheiro lá do país dele pra botar em outros? Eles falam 100 milhões de dólares, mas eu acho muito difícil”, reclamou. 

Lula 

Apontado, até por petistas, como sendo o mais habilitado para ser o interlocutor entre o novo governo Lula (PT) e o governo Gladson (PP), o senador disse que não chegou a encontrar o presidente eleito na Conferência. “Não vi o Lula, no dia que eu vim embora o Lula tava chegando. Mas vi o ministro do Meio Ambiente [Joaquim Leite], vi a Marina [Silva], mas não falei com a Marina. Ela estava muito rodeada de gente lá, mas foi legal, foi positivo, para mim foi muito positivo”, finalizou. 

Internado 

Por falar em Lula, o presidente eleito foi internado no último domingo (20), para a realização de um procedimento de retirada de lesão na laringe, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O petista, no entanto, já recebeu alta  na manhã de segunda-feira (21). De acordo com o hospital, foi realizada uma laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda e não foram detectados sinais de câncer. 

Ministro? 

Em uma entrevista à rádio da CNN Brasil, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que é membro do grupo de transição de Justiça do governo eleito, avaliou que o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) tem “todas as condições” de ser escolhido como ministro da Justiça. Apesar da capacidade técnica e política de Dino em ocupar o ministério, tirá-lo do Senado seria uma baixa considerável ao futuro governo Lula. 

Transição à moda acreana 

Assim como no governo federal, o estadual também está com a transição a todo vapor, mesmo sendo um governo de continuidade. Gladson participou ontem de uma reunião técnica de transição. Além do governador reeleito, estiveram presentes os membros da equipe que articula a mudança da gestão, e o secretário da Casa Civil, Jonathan Donadoni. “Apresentamos ao governador o produto da reforma administrativa, vamos apresentar esse material à base da Assembleia Legislativa do Acre e posteriormente divulgar as resoluções”, disse Donadoni. 

Língua grande 

“A língua é o chicote do corpo”. A expressão popular brasileira está mais atual do que nunca. Em tempos de mídias sociais cada vez mais ativas e ligeiras, o cuidado com a língua deve ser redobrado. Qualquer pingo fora do i pode fazer barulho e trazer um prejuízo avassalador. Sobretudo para quem é detentor de mandato. Mesmo assim, do macro ao micro, é o que mais tem se visto ultimamente.

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