Três anos após o assassinato de ex-prefeito no Acre, polícia continua sem pista

Ação foi típica de execução e praticada com planejamento, “como coisa de profissional”; crime corre o risco de entrar para a estatística dos insolúveis

O assassinato do ex-prefeito da cidade de Plácido de Castro, interior do Acre, Gedeon Sousa Barros, em 20 de maio de 2021 completa três anos neste sábado sem que a Delegacia de Homicídios e Proteção á Pessoa (DHPP), órgão da Polícia Civil, a quem caberia elucidar o caso, tenha qualquer definição sobre a autoria do crime. O ex-prefeito foi abatido a tiros aos 52 anos, na Via Chico Mendes, bairro Santa Inês, na entrada da Cidade, na região do Segundo Distrito, dentro de um carro que ele dirigia.

Crime ocorreu nesta em Rio Branco/Foto: Ithamar Souza/ContilNet

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Informações colhidas no local na época, deram conta de que o ex-prefeito parou o veículo no acostamento para, possivelmente, atender ao telefone celular, quando o executor praticamente encostou no veículo, pelo lado do motorista, e desferiu pelo menos três tiros. Uma das balas acertou a cabeça de Gedeon, que morreu no local.

O crime teria sido cometido por dois homens, que se aproximaram do veículo numa moto. Como nos casos típicos de execução, o homem que estava na garupa desceu da moto e fez os disparos a curta distância. Em seguida, os assassinos fugiram em direção à região do bairro Belo Jardim e conseguiram desaparecer.

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As investigações iniciais, de acordo com a Polícia, deram conta de que o ex-prefeito vinha sofrendo ameaças por problemas decorrentes da campanha eleitoral, no ano anterior, quando ele foi candidato à reeleição e não conseguiu se reeleger. Gedeon Barros foi prefeito da cidade de Plácido de Castro entre os anos de 2017 a 2020. O ex-prefeito era empresário e foi gestor da cidade apenas por um mandato.

Durante a gestão, Barros teve o nome divulgado em uma lista de nove prefeitos de nove cidades do Acre, como ficha suja do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), de agosto de 2020. Os gestores têm condenações transitado em julgado nos últimos oito anos. As condenações incluíram diversos processos, entre os quais desvios ou problemas na administração do dinheiro público.

Ex-prefeito Gedeon. Foto: Reprodução

Investigações da Polícia Federal na Operação Contágio, também apurou supostas irregularidades em licitações que teriam ocorrido no primeiro semestre do ano de 2020 no município. Conforme a PF, um dos contratos investigados envolvia mais de R$ 500 mil para a compra de equipamentos de proteção individual (EPI’s) para profissionais da saúde que atuavam no combate à pandemia causada pela Covid-19, noa mandato dele.

A morte sem esclarecimento três anos após o crime leva ocaso de Gedeon para a condição e estatísticas dos crimes insolúveis no Acre, uma modalidade – de crimes de autoria desconhecida – que havia diminuído muito no Estado após a derrubada do chamado “Esquadrão da Morte”, quando os líderes do grupo foram identificados e presos. Embora não haja elementos para se alinhar a morte do ex-prefeito aos crimes relacionados ao “Esquadrão da Morte”, na opinião dos investigadores que atuam no caso, o assassinato do prefeito foi coisa de profissional, algo tão planejado que não deixou pistas que permitam à polícia o esclarecimento do crime mesmo tanto tempo depois. Amigos e parentes do ex-prefeito continuam a cobrar os esclarecimentos da polícia.

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